Na mais louca tempestade encontrava-mo-nos, um vento, uma chuva insuportável…
Naquela escuridão somente o meu vestido branco brilhava só ele nos poderia 
Agarraste-te a ele e sussurraste ao meu ouvido «meu anjo»! Aquele momento foi tão caloroso, que a tempestade acabou, e eu acordei, porque tudo isto não passava de um belo sonho de encantar “)
Passo a passo descubro cada vez mais sobre ti… Mas infelizmente descubro sempre o pior.
Já não vejo em ti a pessoa que via antes, era completamente diferente, era querido, sensível e até parecia que tudo aquilo ia passar de uma amizade pra algo mais especial… tu sabes, qualquer pessoa sabe!
Mas algo mudou, não vale a pena negares, eu sei… Eu sei! Ok, não sou perfeita, aliás ninguém o é, mas sinto orgulho em mim, e em muita coisa que faço. Não julgo ninguém pela aparência, mas tu fizeste isso comigo, sou gorda, e depois? Quando ainda só nos conhecia-mos por fotografias, dizias: “uau, adoro-te tanto! és tão linda”… Hoje vês-me e viras-me a cara, isso doí e tu não sabes o quanto.
Odeio ser julgada pela minha aparência, e odeio as pessoas que julgam os outros por assim o serem. Por serem “gordos” como todos dizes, passam pela rua e gozam-nos, humilham-nos dizendo: “olha bem pra quele, havia ter vergonha” ; “olha a gorda” ; “obesa/o”… Pequenas palavras que nos magoam a sério.
Podemos ser assim por fora, mas cá dentro somos iguais a toda a gente, e por vezes melhores pessoas de que muitas/os magricelas/os que para ai andam…
Hoje nem me falas, viras-me a cara, esqueces tudo o que me disseste, por vezes se te falo, mandas umas palavras ao ar para ver se me contentas, mas não, não sou de me contentar com palavras quase tiradas a ferros da tua boca…
Hoje acordei e pensei “quero viver”, achei que fosse algo comum em todos nós!
Afinal estava enganada. Saí à rua, todos vivem em função dos outros, ninguém tem vida própria aqui… Respirei bem fundo e fui em frente sem olhar nem ouvir nada do que me diziam, tentei fugir a todos os pontos de conversa, tentei fugir a todos os maus sentimentos, e consegui resistir, segui somente a minha luz. Aquela que dês do amanhecer se fazia seguir, aquela que me fez pensar “quero viver”!
Não deve ser comum pensar isto, mas devia ser comum, não damos valor suficiente aquilo que temos e então vá-mo-nos preocupando com a vida alheia e que não nos diz respeito, assim deixando a nossa vida de parte e vivendo a dos outros. Vamos deixando oportunidades, momentos, sentimentos para trás…
Quero viver a minha vida, sem ser em função dos outros! O meu ponto de luz disse-me isto, agora deves encontrar o teu!
